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Sobre a artista

      Na longa trajetória da artista Claudia Malaguti encontramos uma topologia peculiar que percorre distintos universos no seu fazer artístico e que resulta do gesto de aproximar objeto e linguagem através de sua construção artística visual. Em sua carreira encontramos criações com narrativas que transbordam naturalmente de seu processo criativo original e que se re-unem logo a seguir em novos sentidos poéticos. Ao se relacionar com os objetos do seu ofício, procura traduzir como eles se relacionam entre si e, neste permanente processo de ressignificação, estabelece como eles podem — por sua vez — se relacionar com o mundo e traduzir assim uma nova narrativa através de sua linguagem.

      Em seu processo criativo a artista promove um “jogo de escuta”, no qual se permite deixar levar pelos próprios objetos e assim construir associações e alianças que proporcionem uma passagem para essa nova ordem significativa. Sua “escuta” percorre os signos do que está em desamparo e desarmonia — “o que está solto”, sem sentido — e na sua “re-união” traduz um universo simbólico repleto de novos significados e entrelaçamentos semânticos. “É preciso um continente para que aconteça um conteúdo”, define.

      Em uma de suas técnicas construtivas através da fundição de materiais em metal, a artista desenvolve diferentes formas de reutilização e re-organização de resíduos remanescentes dos seus trabalhos em cera, alterando desta forma o significado do que é conhecido por casting (“cera perdida”): esses resíduos passam por um processo de “re-ciclagem” numa nova composição que pode ser observada nos diversos trabalhos desenvolvidos pela artista. A linguagem de sua pesquisa percorre esse incansável trajeto na busca de um novo significado para a ordem do mundo.